As razões “de Abril”


Já estamos a meio de abril… de 2011. Por isso não fui o único a ficar espantado com as declarações de Otelo sobre as razões da revolução de 1974… Passo a citar para não me enganar, tal é a novidade (ler no Sol):

Otelo Saraiva de Carvalho lembrou que o movimento dos capitães iniciou-se precisamente por «razões corporativistas», nomeadamente quando «os militares de carreira viram-se de repente ultrapassados nas suas promoções por antigos milicianos que, através de um decreto-lei de um governo desesperado por não ter mais capitães para mandar para a guerra colonial, permite a entrada desses antigos milicianos».«Esses capitães são rapidamente promovidos a majores e ultrapassam os capitães que estavam a dar no duro e tinham quatro anos de curso», adiantou.

Otelo lembra que, «quando tocam nos interesses da oficialidade, ela começa a reagir. Há 37 anos, essa reacção foi o movimento de capitães», que culminou no derrube de um regime com 48 anos.

Eu bem que suspeitava, mas desta vez foi bem claro. Qual interesse de Portugal, qual quê!! Interesses corporativos isso sim. Aliás, bem que se viu nos anos seguintes à revolução; interesses corporativos que levaram a que outras corporações dissessem: se vocês têm, nós também queremos. E como o povo é quem mais ordena, assim foi. Até hoje!!

Porque é que esta gente não se cala? Já agradecemos terem acabado com o anterior regime, reconhecemos os vossos esforços e tal… agora: vão lá gozar as reformas que o ESTADO (ler: todos nós) vos está a pagar. Nem sei porque é que vos perguntam coisas, porque as respostas são sempre anacrónicas, como se quisessem recuperar uma glória e repeti-la indefinidamente.