A frase do dia

No congresso do PS, destaco a frase visionária, emblemática, enfim… pragmática de Jaime Gama. Qualquer coisa como:

“Necessitamos uma liderança não titubeante. Uma liderança que não verga perante as dificuldades. Uma liderança que não verga, nem vergará, perante as dificuldades.”

Isto sim é que é retórica política!!!

Realmente quem não sabe o que dizer é melhor repetir o que decorou. Sinónimos é uma boa maneira de ocupar o tempo. Mas há outras opções, como por exemplo… o silêncio.

O discurso de Obama

Aqui deixo alguns recortes do discurso de ontem de Barack Obama na inauguração do seu mandato. Quem quiser ler o discurso completo, pode consultar no Público.

Hoje eu digo-vos que os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos. Não serão resolvidos facilmente nem num curto espaço de tempo. Mas fica a saber, América – eles serão resolvidos.

Neste dia, unimo-nos porque escolhemos a esperança e não o medo, a unidade de objectivo e não o conflito e a discórdia

Neste dia, viemos para proclamar o fim dos ressentimentos mesquinhos e falsas promessas, as recriminações e dogmas gastos, que há tanto tempo estrangulam a nossa política. 

Continuamos a ser uma nação jovem, mas nas palavras da Escritura, chegou a hora de pôr as infantilidades de lado. Chegou a hora de reafirmar o nosso espírito de resistência, de escolher o melhor da nossa história; de carregar em frente essa oferta preciosa, essa nobre ideia, passada de geração em geração; a promessa de Deus de que todos somos iguais, todos somos livres, e todos merecemos uma oportunidade de tentar obter a felicidade completa.

 

Os nossos trabalhadores não são menos produtivos do que eram quando a crise começou. As nossas mentes não são menos inventivas, os nossos produtos e serviços não são menos necessários do que eram na semana passada ou no mês passado ou no ano passado. A nossa capacidade não foi diminuída. Mas o nosso tempo de intransigência, de proteger interesses tacanhos e de adiar decisões desagradáveis – esse tempo seguramente que passou. 

A partir de hoje, devemos levantar-nos, sacudir a poeira e começar a tarefa de refazer a América.

 

O que os cínicos não compreendem é que o chão se mexeu debaixo dos seus pés – que os imutáveis argumentos políticos que há tanto tempo nos consomem já não se aplicam. A pergunta que hoje fazemos não é se o nosso governo é demasiado grande ou demasiado pequeno, mas se funciona – se ajuda famílias a encontrar empregos com salários decentes, cuidados de saúde que possam pagar, pensões de reformas que sejam dignas. Onde a resposta for sim, tencionamos seguir em frente. Onde a resposta for não, programas chegarão ao fim.

E aqueles de nós que gerem os dólares do povo serão responsabilizados – para gastarem com sensatez, reformarem maus hábitos e conduzirem os nossos negócios à luz do dia – porque só então poderemos restaurar a confiança vital entre o povo e o seu governo.

 

Aos povos das nações mais pobres, prometemos cooperar convosco para que os vossos campos floresçam e as vossas águas corram limpas; para dar alimento aos corpos famintos e aos espíritos sedentos de saber. E às nações, como a nossa, que gozam de relativa riqueza, dizemos que não podemos mais mostrar indiferença perante o sofrimento fora das nossas fronteiras; nem podemos consumir os recursos do mundo sem prestar atenção aos seus efeitos. Porque o mundo mudou, e devemos mudar com ele.

 

Os nossos desafios podem ser novos. Os instrumentos com que os enfrentamos podem ser novos. Mas os valores de que depende o nosso sucesso – trabalho árduo e honestidade, coragem e fair play, tolerância e curiosidade, lealdade e patriotismo – estas coisas são antigas. Estas coisas são verdadeiras. Têm sido a força silenciosa do progresso ao longo da nossa história. O que é pedido, então, é o regresso a essas verdades. 
O que nos é exigido agora é uma nova era de responsabilidade – um reconhecimento, da parte de cada americano, de que temos obrigações para connosco, com a nossa nação, e com o mundo, deveres que aceitamos com satisfação e não com má vontade, firmes no conhecimento de que nada satisfaz mais o espírito, nem define o nosso carácter, do que entregarmo-nos todos a uma tarefa difícil.

Este é o preço e a promessa da cidadania.

Esta é a fonte da nossa confiança – o conhecimento de que Deus nos chama para moldar um destino incerto.

Este é o significado da nossa liberdade e do nosso credo – é por isso que homens e mulheres e crianças de todas as raças e todas as religiões se podem juntar em celebração neste magnífico mall, e que um homem cujo pai há menos de 60 anos não podia ser atendido num restaurante local pode agora estar perante vós a fazer o mais sagrado juramento.

Hoje todos somos um bocadinho americanos

Os Estados Unidos da América terão, naturalmente, muitos defeitos como nação, como povo, mas o que se viu hoje na tomada de posse de Barak Obama foi uma lição para todo o mundo. Uma lição do que significa mobilizar uma nação com um objectivo. Uma lição em recuperar os ideais que estiveram na origem daquela nação.

Depois o discurso do novo presidente parecia dos bons velhos tempos dos ideais de um mundo melhor para todos. Falou dos países ricos, que não podem continuar a viver sem olhar para os países pobres, gastando desmesuradamente os recursos que são de todos. Falou do ambiente, que a realidade se alterou e que não podemos continuar igual.

A expectativa é alta. Eu sou daqueles que espero que corra bem. Para bem de todos.

Mais uma para os anais do regabofe

Saída de administrador para a concorrência foi premiada
Armando Vara promovido na Caixa depois de ter saído para a administração do BCP

in Publico.

Querem ver que tenho razão?

O banco central de Cabo Verde avisou, em Março deste ano, o Banco de Portugal (BdP) para suspeitas de irregularidades na relação entre o BPN e o Banco Insular. A informação foi adiantada ao DN por João Carlos Fidalgo, director do Departamento de Supervisão daquele banco africano, liderado por Carlos Burgo, contrariando a ideia de que o Banco de Portugal soube das irregularidades apenas em Julho.

O que se diz e a realidade

No passado dia 21 de Setembro de 2008 o nosso primeiro-ministro afirmou peremptoriamente o seguinte: “nunca será permitido que as pensões dos portugueses sejam jogadas na bolsa“.

Bom. Eu tinha ficado a pensar que de facto o fundo de pensões não estaria aplicado na bolsa, porque segundo José Sócrates isso seria “jogar” com as pensões dos portugueses. ‘Parece-me razoável’, pensei.

Hoje, dia 21 de Outubro saiu a seguinte notícia: Segurança Social perde 250 milhões na bolsa.

Sem comentários…

Os cães ladram, mas a caravana passa

Podia ser este o título deste artigo no jornal Público, no qual se revela a pressa em avançar com o investimento no novo aeroporto de Lisboa. Mas não é.

Já sei, já sei. Para ultrapassar a crise não podemos ser cinzentos. Mas gastar muito mais do que o que se tem é não ser cinzento? Porque não perguntam à esmagadora maioria dos portugueses o que significa gastar mais do que se pode e que consequências daí advêm? … É que nesta altura já deveríamos ter um PhD neste assunto, mas não há maneira de aprendermos.

Parece que ainda não foi desta

A taxa Euribor a seis meses, o indexante mais utilizado nos empréstimos à habitação, aumentou hoje para 5,448 por cento, um dia depois de o Banco Central Europeu ter reduzido a sua taxa directora em meio ponto percentual, para 3,75 por cento.

Pois é… bem diziam que a descida das taxas de juro vinha tarde demais. O problema está na confiança que as instituições de crédito têm umas nas outras. Como facilmente se compreende, neste momento todos os bancos correm o risco de falirem, por isso ninguém empresta dinheiro a ninguém.

Entretanto, quem paga as favas são todas as pessoas que têm algum tipo de crédito indexado à euribor. Como já disse noutro momento, a única coisa real no meio disto tudo é o nosso dinheiro depositado nos bancos e como tal é a ele que se pode recorrer para pagar a hecatombe de “asneiredo” desta gente. Depois ainda vêm, com um ar muito surpreendido, dizer: “Como é que isto aconteceu?”. Parece-me que a pergunta devia ser: “Se viamos que isto ia acontecer, porque não parámos antes?”