Sobre o futuro

Estes exercícios, penso eu, não têm como intenção prever o que vai acontecer. É uma leitura da realidade, feita por uma pessoa. Dessa leitura retira conclusões, que são sempre enviesadas. Aliás, ninguém consegue ver tudo, compreender tudo, ler tudo. Estas palavras que agora transcrevo, são uma parte de um todo que ninguém consegue ver.

Bem, é melhor parar por aqui porque já chega de complicar. Aqui fica uma citação de Daniel Pink, do livro “A whole new mind”, retirada do livro “As pequenas grandes coisas” de Tom Peters. Enjoy.

As últimas décadas pertenceram a um determinado tipo de pessoa, com um determinado tipo de mente – programadores, informáticos capazes de decifrar códigos, advogados que elaboram contratos, MBA que processam números. No entanto, as chaves do reino estão a mudar de mãos. O futuro pertence a um tipo de pessoas muito diferente, com um tipo de mente muito diferente – criadores e pessoas capazes de provocar empatia, identificadores de padrões e produtores de significado. Estas pessoas – artistas, inventores, designers, contadores de histórias, profissionais de saúde, consoladores, pensadores com visão global – colherão agora as recompensas mais valiosas da sociedade e partilharão as suas maiores alegrias.

A arte

A arte não é bonita.
A arte não é pintura.
A arte não é algo que se pendure na parede.
Arte é aquilo que fazemos quando estamos verdadeiramente vivos.
Se já decidiu que não é um artista, vale a pena pensar no porquê de ter tomado essa decisão e no que será necessário para a desfazer.
Se declarou que não tem talento (para nada!), então está a esconder-se.
A arte pode assustá-lo.
A arte pode rebentar consigo.
Mas arte é quem somos e aquilo que fazemos e aquilo de que precisamos.
Um artista é alguém que usa coragem, ideias, criatividade e ousadia para desafiar o status quo. E um artista leva isso muito a sério.
A arte não é um resultado; é uma viagem. O desafio do nosso tempo é encontrar uma viagem digna do nosso coração e da nossa alma.

Seth Godin, A fraude de Ícaro.

Estou a ler…

…um livro interessante. Não é brilhante, é interessante. Tem um título sugestivo e curtinho: You are not so smart: why your memory is mostly fiction, why you have too many friends on facebook and 46 other ways you’re deluding yourself, de David McRaney. :o] You are not so smart, p’rós amigos. Em poucas palavras o livro vai desmontando equívocos que temos sobre nós e, acreditem, alguns vão causar surpresa. Para abrir o apetite, vou partilhar alguns (a tradução é minha):

Tu

Equívoco: Tu és racional, um ser lógico que vê o mundo como ele realmente é; A verdade: Tu estás tão iludido como qualquer um de nós, mas está tudo bem; isso mantém-te são!   A verdade é que (…) tu não fazes a mínima ideia porque é que ages dessa maneira, escolhes as coisas que escolhes, ou pensas esses pensamentos. Em alternativa, constróis narrativas, pequenas histórias para explicar porque é que deixaste a dieta, porque preferes Apple em vez de Microsoft… (…) Qualquer cérebro, em qualquer corpo, desde o maior cientista até ao mais humilde artesão, está infestado com noções preconcebidas e padrões de pensamento que o desviam do caminho sem que ele se aperceba.

quote

The reason the Romans built their great paved highways was because they had such inconvenient footwear. ~ Montesquieu

Charles de Montesquieu
Charles de Montesquieu

“José Sócrates deve ser severamente punido nas próximas eleições”

Uma grande entrevista de António Barreto ao Jornal i. Com a clareza que lhe é habitual, diz aquilo que deve ser dito. Vale mesmo a pena ler com muita atenção.

Destaco alguns trechos:

António Barreto, sociólogo

Encontra nestes protagonistas políticos, disponíveis para governar com o programa da troika (José Sócrates, Passos Coelho e Paulo Portas), capacidade para ultrapassar esta crise?

Não me quero referir muito explicitamente a todos esses políticos – um por um -, não acho que contribua para resolver os problemas, mas num só caso estou convencido que o primeiro-ministro, José Sócrates, não está à altura, não é capaz de contribuir para as soluções futuras.

O que o faz ter essa convicção?

A maneira como ele foi responsável pelo declínio do país e a maneira como se tem comportado perante o pedido de assistência. Quando anunciou os resultados das negociações fez uma coisa extraordinária que foi dizer o que não está no acordo e não anunciou o que estava. Parece mesmo que há sinais de que a opinião política europeia ficou muito desagradada. E a seguir vários políticos vieram dizer: o governo ganhou ou o governo perdeu. Numa altura em que se está a preparar um acordo tão sério, que nos vai criar tantas dificuldades, os partidos estão preocupados em saber quem é que ganhou? Foi um momento obsceno da vida política.

(…)

Tendo em conta as críticas que tem feito a José Sócrates, vê alguma possibilidade de vir a existir uma coligação que inclua o PS?

Não quero fazer prognósticos, mas sei que os socialistas são indispensáveis para uma solução. Não é necessariamente a formação de um governo. Pode ser a associação ao governo, um acordo de incidência parlamentar, há várias maneiras, e nesse sentido estou convencido que os socialistas são necessários. Também estou convencido que o primeiro-ministro, José Sócrates, precisa de ser muito, muito severamente castigado e a melhor maneira de o castigar é através da via eleitoral. Ele necessita de ser muito severamente castigado porque ele é pessoalmente responsável pelo mau estado a que Portugal chegou, as finanças públicas e o Estado.

Pessoalmente?

Sim, é pessoalmente responsável pelo mau estado a que chegou o próprio Partido Socialista. Comparado com o que era o PS há dez ou 15 anos, não é o mesmo partido, com capacidade de diálogo e com tranquilidade doutrinária. Este PS já não é isso. O engenheiro Sócrates é o responsável por este caminho e deve ser severamente castigado. Creio que ele não ajudará, nem fora, nem dentro, a nenhuma solução das soluções necessárias e importantes para o país.

Mas as sondagens apontam para uma aproximação entre o PS e o PSD.

O que lhe estou a dar é a minha opinião. É possível que um partido que desempenhou funções de governo durante tantos anos – apesar dos disparates, da demagogia e dos erros – tenha uma parte da população que lhe seja afecta, porque são os seus empregos, são os seus interesses, são as suas colocações…

Põe essa hipótese, de o eleitorado voltar a dar uma vitória ao PS?

Nem ponho nem deixo de pôr. O que sei é que é útil que seja castigado eleitoralmente.

Leia a entrevista completa aqui.

Se… (a propósito do dia do pai)

Rudyard Kipling

If

If you can keep your head when all about you
Are losing theirs and blaming it on you;
If you can trust yourself when all men doubt you,
But make allowance for their doubting too;
If you can wait and not be tired by waiting,
Or, being lied about, don’t deal in lies,
Or, being hated, don’t give way to hating,
And yet don’t look too good, nor talk too wise;

If you can dream – and not make dreams your master;
If you can think – and not make thoughts your aim;
If you can meet with triumph and disaster
And treat those two imposters just the same;
If you can bear to hear the truth you’ve spoken
Twisted by knaves to make a trap for fools,
Or watch the things you gave your life to broken,
And stoop and build ‘em up with wornout tools;

If you can make one heap of all your winnings
And risk it on one turn of pitch-and-toss,
And lose, and start again at your beginnings
And never breath a word about your loss;
If you can force your heart and nerve and sinew
To serve your turn long after they are gone,
And so hold on when there is nothing in you
Except the Will which says to them: “Hold on”;

If you can talk with crowds and keep your virtue,
Or walk with kings – nor lose the common touch;
If neither foes nor loving friends can hurt you;
If all men count with you, but none too much;
If you can fill the unforgiving minute
With sixty seconds’ worth of distance run –
Yours is the Earth and everything that’s in it,
And – which is more – you’ll be a Man my son!

Sobre o casamento

Um texto muito bom do Miguel Esteves Cardoso sobre o casamento. Muito bom!

Crónica: Um segredo de um casamento feliz – Sociedade – PUBLICO.PT.

Desde que a Maria João e eu fizemos dez anos de casados que estou para escrever sobre o casamento. Depois caí na asneira de ler uns livros profissionais sobre o casamento e percebi que eu não percebo nada sobre o casamento.

Confesso que a minha ambição era a mais louca de todas: revelar os segredos de um casamento feliz. Tendo descoberto que são desaconselháveis os conselhos que ia dar, sou forçado a avisar que, quase de certeza, só funcionam no nosso casamento.

Mas vou dá-los à mesma, porque nunca se sabe e porque todos nós somos muito mais parecidos do que gostamos de pensar.

O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam.

O nosso casamento é um filho. É um filho inteiramente dependente de nós. Se nós nos separarmos, ele morre. Mas não deixa de ser uma terceira entidade.

Quando esse filho é amado por ambos os casados – que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo -, o casamento é feliz. Não basta que os casados se amem um ao outro. Têm também de amar o casamento que criaram.

O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação. Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais.

Foram concordados, são desenvolvidos, são revistos, são alterados, esquecidos e discutidos. Mas um casamento feliz com dez anos, tal como um filho de dez anos, tem uma personalidade mais rica e mais bem sustentada, expressa e divertida do que um bebé com um ano de idade.

Eu só vivo desta maneira – que é o nosso casamento – vivendo com a Maria João, da maneira como estamos um com o outro, casados. Nada é exportável. Não há bocados do nosso casamento que eu possa levar comigo, caso ele acabe.

O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho. Dá-se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento.

Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas.

Se calhar, os casais apaixonados que têm filhos também ganhariam em pensar no primeiro filho que têm como sendo o segundo. O filho mais velho é o casamento deles. É irmão mais velho do que nasce e ajuda a tratar dele. O bebé idealmente é amado e cuidado pela mãe, pelo pai e pelo casamento feliz dos pais.

Se o primeiro filho que nasce é considerado o primeiro, pode apagar o casamento ou substitui-lo. Os pais jovens – os homens e as mulheres – têm de tomar conta de ambos os filhos. Se a mãe está a tratar do filho em carne e osso, o pai, em vez de queixar-se da falta de atenção, deve tratar do mais velho: do casamento deles, mantendo-o romântico e atencioso.

Ao contrário dos outros filhos, o primeiro nunca sai de casa, está sempre lá. Vale a pena tratar dele. Em contrapartida, ao contrário dos outros filhos, desaparece para sempre com a maior das facilidades e as mais pequenas desatenções. O casamento feliz faz parte da família e faz bem a todos os que também fazem parte dela.

Os livros que li dão a ideia de que os casamentos felizes dão muito trabalho. Mas se dão muito trabalho como é que podem ser felizes? Os livros que li vêem o casamento como uma relação entre duas pessoas em que ambas transigem e transaccionam para continuarem juntas sem serem infelizes. Que grande chatice!

Quando vemos o trabalho que os filhos pequenos dão aos pais, parece-nos muito e mal pago, porque não estamos a receber nada em troca. Só vemos a despesa: o miúdo aos berros e a mãe aflita, a desfazer-se em mimos.

É a mesma coisa com os casamentos felizes. Os pais felizes reconhecem o trabalho que os filhos dão mas, regra geral, acham que vale a pena. Isto é, que ficaram a ganhar, por muito que tenham perdido. O que recebem do filho compensa o que lhe deram. E mais: também pensam que fizeram bem ao filho. Sacrificam-se mas sentem-se recompensados.Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro, caso o casamento desapareça. Sente que, se isso acontecer, fica sem nada. É do amor. Só perdeu o casamento deles, que eles criaram, mas sente que perdeu tudo: ela, o casamento deles e ele próprio, por já não se reconhecer sozinho, por já não saber quem é – ou querer estar com essa pessoa que ele é.

Se o casamento for pensado e vivido como uma troca vantajosa – tu dás-me isto e eu dou-te aquilo e ambos ficamos melhores do que se estivéssemos sozinhos -, até pode ser feliz, mas não é um casamento de amor.

Quando se ama, não se consegue pensar assim. E agora vem a parte em que se percebe que estes conselhos de nada valem – porque quando se ama e se é amado, é fácil ser-se feliz. É uma sorte estar-se casado com a pessoa que se ama, mesmo que ela não nos ame.

Ouvir um casado feliz a falar dos segredos de um casamento feliz é como ouvir um bilionário a explicar como é que se deve tomar conta de uma frota de aviões particulares – quantos e quais se devem comprar e quais as garrafas que se deve ter no bar, para agradar aos convidados.

Dirijo-me então às únicas pessoas que poderão aproveitar os meus conselhos: homens apaixonados pelas mulheres com quem estão casados.

E às mulheres apaixonadas pelos homens com quem estão casadas? Não tenho nada a dizer. Até porque a minha mulher continua a ser um mistério para mim. É um mistério que adoro, mas constitui uma ignorância especulativa quase total.

Assim chego ao primeiro conselho: os homens são homens e as mulheres são mulheres. A mulher pode ser muito amiga, mas não é um gajo. O marido pode ser muito amigo, mas não é uma amiga.

Nos livros profissionais, dizem que a única grande diferença entre homens e mulheres é a maneira como “lidam com o conflito”: os homens evitam mais do que as mulheres. Fogem. Recolhem-se, preferem ficar calados.

Por acaso é verdade. Os livros podem ser da treta mas os homens são mais fugidios.

Em vez de lutar contra isso, o marido deve ceder a essa cobardia e recolher-se sempre que a discussão der para o torto. Não pode ser é de repente. Tem de discutir (dizê-las e ouvi-las) um bocadinho antes de fugir.

Não pode é sair de casa ou ir ter com outra pessoa. Deve ficar sozinho, calado, a fumegar e a sofrer. Ele prende-se ali para não dizer coisas más.

As más coisas ditas não se podem desdizer. Ficam ditas. São inesquecíveis. Ou, pior ainda, de se repetirem tanto, banalizam-se. Perdem força e, com essa força, perde-se muito mais.

As zangas passam porque são substituídas pela saudade. No momento da zanga, a solidão protege-nos de nós mesmos e das nossas mulheres. Mas pouco – ou muito – depois, a saudade e a solidão tornam-se insuportáveis e zangamo-nos com a própria zanga. Dantes estávamos apenas magoados. Agora continuamos magoados mas também estamos um bocadinho arrependidos e esperamos que ela também esteja um bocadinho.

Nunca podemos esconder os nossos sentimentos mas podemos esconder-nos até poder mostrá-los com gentileza e mágoa que queira mimo e não proclamação.

Consiste este segredo em esperar que o nosso amor por ela nos puxe e nos conduza. A tempestade passa, fica o orgulho mas, mesmo com o orgulho, lá aparece a saudade e a vontade de estar com ela e, sobretudo, empurrador, o tamanho do amor que lhe temos comparado com as dimensões tacanhas daquela raivinha ou mágoa. Ou comparando o que ganhamos em permanecer ali sozinhos com o que perdemos por não estar com ela.

Mas não se pode condescender ou disfarçar. Para haver respeito, temos de nos fazer respeitar. Tem de ficar tudo dito, exprimido com o devido amuo de parte a parte, até se tornar na conversa abençoada acerca de quem é que gosta menos do outro.Há conflitos irresolúveis que chegam para ginasticar qualquer casal apaixonado sem ter de inventar outros. Assim como o primeiro dever do médico é não fazer mal ao doente, o primeiro cuidado de um casamento feliz é não inventar e acrescentar conflitos desnecessários.

No dia-a-dia, é preciso haver arenas designadas onde possamos marrar uns com os outros à vontade. No nosso caso, é a cozinha. Discutimos cada garfo, cada pitada de sal, cada lugar no frigorífico com desabrida selvajaria.

Carregamos a cozinha de significados substituídos – violentos mas saudáveis e, com um bocadinho de boa vontade, irreconhecíveis. Não sabemos o que representam as cores dos pratos nas discussões que desencadeiam. Alguma coisa má – competitiva, agressiva – há-de ser. Poderíamos saber, se nos déssemos ao trabalho, mas preferimos assim.

A cozinha está encarregada de representar os nossos conflitos profundos, permanentes e, se calhar, irresolúveis. Não interessa. Ela fornece-nos uma solução superficial e temporária – mas altamente satisfatória e renovável. Passando a porta da cozinha para irmos jantar, é como se o diabo tivesse ficado lá dentro.

Outro coliseu de carnificina autorizada, que mesmo os casais que não podem um com o outro têm prazer em frequentar, é o automóvel. Aí representamos, através da comodidade dos mapas e das estradas mesmo ali aos nossos pés, as nossas brigas primais acerca das nossas autonomias, direcções e autoridades para tomar decisões que nos afectam aos dois, blá blá blá.

Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes. Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.

A todos os pais

Texto que recebi da Associação Portuguesa de Famílias Numerosas e que reproduzo, uma vez que me parece muito ajustado à realidade que todos nós pais vivemos. Um abraço.

A todos os Pais de Família, e a cada um, em particular, um abraço de reconhecimento neste vosso dia, 19 de Março!Nem sempre o vosso papel tem sido suficientemente valorizado, e bastante injustamente, é verdade que o vosso lugar foi muitas vezes relegado para uma posição secundária, sobretudo durante os primeiros anos de vida dos vossos filhos, como se só vos coubesse trazer dinheiro para sustentar a família e usar da vossa autoridade e austeridade quando os filhos se começavam a portar mal…ou a mãe já não os conseguia pôr na ordem.

Hoje, porém,  a vossa importância na família é bem reconhecida e sobretudo, todos dão pela vossa falta, quando, por diferentes razões, o vosso lugar está vazio e as marcas desta ausência são patentes na personalidade e educação dos filhos…

Mas o nosso abraço de particular felicitação vai para aquele pai carinhoso que  dá segurança, estimula e desafia o filho bebé ainda, que inicia os primeiros passos, que o leva ao colo ou às cavalitas, quando o vê cansado, ou que sabe fazer-se pequeno e pousar o jornal, ou interromper o Telejornal, para brincar com os filhos  no chão da sala, na areia da praia ou no campo de futebol…

O nosso abraço vai também para aquele pai que chega a casa cansado de tanto trabalho e preocupação, mas ainda com energia para dar banhos, mudar fraldas, vestir, dar de jantar e contar uma história aos filhos antes do deitar…ou tirar umas dúvidas  para o teste do dia seguinte…

E vai para o pai atento que abre os olhos ao filho adolescente e o aconselha, quando o vê tímido e inseguro, ou demasiado confiante, incapaz de calcular os riscos das suas aventuras, copos a mais e outras imprudências. Esse pai educador, mas também  compreensivo, que consciente do seu papel de promotor de autonomia e responsabilidade, estabelece regras e limites, e tanto intervém- se necessário- com um berro oportuno e uma palmada bem dada, para repôr a ordem perigosamente alterada por influência de más companhias, como abraça o filho com ternura e vai dar a volta ao quarteirão, para uma conversa a sós entre pai e filho, quando este está de rastos, solitário e desanimado.

E para aquele pai que, além disso, procura apoiar a mãe, ensinando os filhos, com o seu exemplo de coerência, a amarem, ajudarem e respeitarem a sua mãe….

Esse pai que, aconteça o que acontecer, pela vida fora, permanece o porto fiel e seguro,  junto de quem, os filhos adultos continuam a sentir a força do conselho e incondicional apoio.

Para esse pai vai o nosso Abraço.

E por último, ao pai de  idade mais avançada, hoje talvez já mais quebrado, com os seus defeitos e virtudes, dos filhos bem conhecidos, esse pai contudo, de quem tantos dizem ser  ainda uma referência e exemplo até para os amigos dos filhos ( e que talvez alguns reconheçam pela parecença que tem com o Pai do filho pródigo no conhecido quadro de Rembrandt),

Ao pai, de todas as idades, ainda entre nós, ou já não ( e que saudade ele deixou!) daqui enviamos um Abraço amigo com a nossa homenagem

Lisboa, 18 de Março de 2010   APFN – Associação Portuguesa de Famílias Numerosas

Já deu uma palmada ao seu filho?

Artigo do Jornal i, para os pais que lutam dia-a-dia por serem o melhor possível…

Castigos infantis. Para usar, mas não abusar

Admitir que já se deu uma palmada a um filho é uma confissão penosa, mas há quem defenda que é castigo que pode ser usado – não como regra, mas como último recurso
Alguma vez deu uma palmada ao seu filho? Sim ou não? A resposta é simples, só que boa parte dos pais tem dificuldade em confessá-la. Há sempre aqueles que dão voltas e voltas à conversa para no fim, muito a custo, admitirem que, afinal, houve uma vez ou outra em que, não conseguiram evitar, e acabaram por levantar a mão. Logo de seguida vem o remorso e instala-se a dúvida de não saber se falharam na educação das crianças. Para os papás que estão à espera que alguém os liberte da culpa, fiquem desde já conscientes de que essa tarefa é complicada.

Toda a gente está contra a palmadinha. A começar pelas Nações Unidas que há década e meia tenta convencer os 47 estados-membros a abolir a prática. E a terminar em Portugal que, em 2007, alterou a legislação para punir os castigos corporais. A lei não é nova, mas poucos adultos desconfiam que dar uma palmada ao filho é crime. A acrescentar há ainda o Conselho Europeu que desde 2008 tem a campanha “Levante a Sua Mão Contra a Palmada” para promover a educação positiva.

Ninguém portanto vai contra a corrente. Ou quase ninguém. John Rosemond é dos poucos pedagogos que desafiam os pais a recorrerem à palmada para educar os miúdos como forma de pôr um travão a um comportamento inaceitável. No seu livro “To Spank or not to Spank” (“Bater ou não Bater – Manual para Pais”, editado pela Gradiva) o psicólogo americano não só assume a importância da palmadinha na educação das crianças como ensina os adultos a fazê–lo de forma correcta. O castigo deve ser aplicado na palma da mão ou, então, no rabo coberto de roupa.

Bater deve ser encarado como mais um recurso disciplinar ao alcance dos pais, mas aplicado com parcimónia, adverte o psicólogo infantil – uma vez por semana é muito para crianças pequenas; uma vez por mês é aceitável aos cinco ou seis anos; e ineficaz a partir dos nove ou dez anos de idade. As palmadas, em si, de nada servem se não surgirem imediatamente após o mau comportamento e sem uma “curta explicação” adicional para a criança perceber que se trata de uma consequência do seu acto. Caso contrário, avisa Rosemond, só agrava a má conduta. Usar as palmadas como forma de ultrapassar as próprias frustrações é a principal proibição imposta pelo director do Centro Para a Educação Parental Positiva, uma instituição vocacionada para o desenvolvimento infantil.

Mais do que previsíveis foram os insultos de que Rosemond foi alvo de colegas, pais e futuros pais, mas o certo é que a sua teoria não é de todo inválida para uma boa parte dos pedagogos portugueses. Sempre com as devidas ressalvas, advertem os especialistas. Desde já, a palmada é só o último recurso a usar quando todos os outros falharam. “Bater nunca é a solução, mas isso não significa que, muito pontualmente, uma palmada não resolva um problema”, diz o pediatra Paulo Oom, esclarecendo que o castigo não pode ser recorrente.

A psicoterapeuta Cristina Nunes reconhece que o tema divide muito os especialistas, mas também admite excepções à regra: “É sempre de evitar, mas poderá ser usada como um reforço negativo e como última opção.” É aquilo a que os especialistas em educação chamam de “palmada pedagógica” que, a ser aplicada, nunca deve ser banalizada, explica a psicóloga clínica Maria de Jesus Candeias: “Se for prática frequente, a criança não aprende nada e só irá agir por medo, além de copiar o modelo dos pais nas suas relações com os outros miúdos.” Alternativas às polémicas palmadinhas não faltam. São as outras punições que podem ser aplicadas entre os dois e os 12 anos.

Retirar um privilégio ou privar a criança de um prazer são as estratégias mais eficazes. “A punição só entra na educação como o factor menos importante”, conta Paulo Oom. Afecto e estimular os bons comportamentos estão em primeiro lugar, insiste o pediatra. O castigo pode ir da proibição de jogar videojogos ou ver televisão até retirar o brinquedo preferido: “Não há receitas únicas, o que resulta com um filho, pode não resultar com outro irmão”, defende Cristina Nunes.

O castigo evolui à medida que as crianças crescem, mas há outros factores ainda mais importantes a ter em conta: “Não há idade para o castigo, existe sim uma responsabilização que deve ser exigida ao longo dos anos e ainda uma confiança que os pais devem estabelecer com os filhos.” Para os mais preocupados com as consequências das punições, a psicoterapeuta deixa bem claro que os castigos não causam traumas nem interferem com o desenvolvimento da criança.

Mas só resultam mediante três condições, diz Maria de Jesus Candeias: “Têm de ser aplicados imediatamente após o acto, serem proporcionais à travessura e, sobretudo, coerentes.” Significa isto que depois de aplicar a punição, não há como voltar a trás: “Muitos pais perdem o controlo porque um dia decidem castigar e, no outro dia, o mesmo erro da criança já não tem qualquer consequência.” O ideal, aconselha Cristina Nunes, é que o castigo seja sempre pré-estabelecido: “Antes de fazer qualquer coisa de errado, a criança tem de saber que vai sofrer uma consequência.”

Castigos infantis. Para usar, mas não abusar

por Kátia Catulo, Publicado em 05 de Setembro de 2009
<!–div class=”floatleft”>Consulta tempo, o estado das estradas, e envie-nos as suas fotos.</div–>
Admitir que já se deu uma palmada a um filho é uma confissão penosa, mas há quem defenda que é castigo que pode ser usado – não como regra, mas como último recurso

The Stella Awards

Estados Unidos da América no seu melhor.

It’s time again for the annual “Stella Awards”! For those unfamiliar
with these awards, they are named after 81-year-old Stella Liebeck who
spilled hot coffee on herself and successfully sued the McDonald’s in
New Mexico where she purchased the coffee. You remember….. she took
the lid off the coffee and put it between her knees while she was
driving. Who would ever think one could get burned doing that – right?

That’s right, these are awards for the most outlandish lawsuits and
verdicts in the U.S. You know, the kinds of cases that make you scratch
your head. So keep your head scratcher handy.

Here are the Stella’s for the past year:

7TH PLACE :
Kathleen Robertson of Austin, Texas was awarded $80,000 by a jury of
her peers after breaking her ankle tripping over a toddler who was
running inside a furniture store. The store owners were understandably
surprised by the verdict, considering the running toddler was her own
son.

6TH PLACE :
Carl Truman, 19, of Los Angeles,
California won $74,000 plus medical expenses when his neighbor ran over
his hand with a Honda Accord. Truman apparently didn’t notice there was
someone at the wheel of the car when he was tr ying to steal his
neighbor’s hub caps.

Go ahead, grab your head scratcher.

5TH PLACE :
Terrence Dickson, of Bristol, Pennsylvania, was leaving a house he had
just burglarized by way of the garage. Unfortunately for Dickson, the
automatic garage door opener malfunctioned and he could not get the
garage door to open. Worse, he couldn’t re-enter the house because the
door connecting the garage to the house locked when Dickson pulled it
shut. Forced to sit for eight, count ‘em, EIGHT, days on a case of
Pepsi and a large bag of dry dog food, he sued the homeowner’s
insurance company claiming undue mental Anguish. Amazingly, the jury
said the insurance company must pay Dickson $500,000 for his anguish.
We should all have t his kind of anguish.

Keep scratching. There are more…

4TH PLACE :
Jerry Williams, of Little Rock, Arkansas, garnered 4th Place in the
Stella’s when he was awarded $14,500 plus medical expenses after being
bitten on the butt by his next door neighbor’s beagle – even though the
beagle was on a chain in its owner’s fenced yard. Williams did not get
as much as he asked for because the jury believed the beagle might have
been provoked at the time of the butt bite because Williams had climbed
over the fence into the yard and repeatedly shot the dog with a pellet
gun.

Grrrrr … Scratch, scratch.

3RD PLACE :
Third
place goes to Amber Carson of Lancaster , Pennsylvania because a jury
ordered a Philadelphia restaurant to pay her $113, 500 after she
slipped on a spilled soft drink and broke her tailbone. The reason the
soft drink was on the floor: Ms. Carson had thrown it at her boyfriend
30 seconds earlier during an argument. What ever happened to people
being responsible for their own actions?

Scratch, scratch, scratch. Hang in there; there are only two more Stellas to go…

2ND PLACE :
Kara Walton, of Claymont, Delaware sued the owner of a night club in a
nearby city because she fell from the bathroom window to the floor,
knocking out her two front teeth. Even though Ms. Walton was trying to
sneak through the ladies room window to avoid paying the $3.50 cover
charge, the jury said the night club had to pay her $12,000….oh,
yeah, plus dental expenses. Go figure.

1ST PLACE : (May I have a fanfare played on 50 kazoos please?)
This year’s runaway First Place Stella Award winner was Mrs. Merv
Grazinski, of Oklahoma City, Oklahoma, who purchased a new 32-foot
Winnebago motor home. On her first trip home from an OU football game,
having driven onto the freeway, she set the cruise control at 70 mph
and calmly left the driver’s seat to go to the back of the Winnebago to
make herself a sandwich. Not surprisingly, the motor home left the
freeway, crashed and overturned. Also not surprisingly, Mrs. Grazinski
sued Winnebago for not putting in the owner’s manual that she couldn’t
actually leave the driver’s seat while the cruise control was set. The
Oklahoma jury awarded her, are you sitting down, $1,750,000 PLUS a new
motor home. Winnebago actually changed their manuals as a result of
this suit, just in case Mrs. Grazinski has any relatives who might also
buy a motor home.

(via:http://www.freerepublic.com/focus/chat/2160489/posts)